segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Só caribenhos e sul-americanos

Publicado originalmente no site InfoRel, em 01/03/2008 - 12h41
O governo brasileiro deu início a uma série de consultas para viabilizar uma reunião de cúpula em dezembro, apenas com os países sul-americanos e caribenhos. O encontro será em Brasília. Não participarão Portugal e Espanha, que integram a comunidade ibero-americana, e Estados Unidos e Canadá, que participam das cúpulas das américas. Por enquanto, foram ouvidos os governos da Argentina, Cuba e Venezuela que já deram o sim. Colômbia e México podem representar obstáculos, uma vez que estão mais próximos dos Estados Unidos. As discussões vão girar em torno de cinco temas no máximo e o princila deles será a integração energética. De acordo com diplomatas brasileiros, o encontro não pretende criar nem substituir mecanismos já existentes e não haverá um documento final, o que é comum neste tipo de reunião. Embargo à Cuba Em maio, Lima (Peru) será a sede da Cúpula América Latina-Caribe-União Européia e o governo cubano está preocupado com a possibilidade de os europeus retirarem do documento final, a já tradicional condenação ao embargo norte-americano à ilha. Embora tenham dado declarações otimistas com relação ao afastamento de Fidel Castro do poder, os europeus ainda querem esperar um pouco mais para ver se Cuba vai adotar um modelo chinês em que o PC mantém o controle político do país, mas com abertura econômica. Farc Nesta sexta-feira, o presidente francês Nicolas Sarkozy enviou uma mensagem clara às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc): se for preciso, vai pessoalmente à fronteira entre Colômbia e Venezuela, para resgatar a ex-senadora Ingrid Betancourt, que no dia 23 de fevereiro, completou seis anos de cativeiro. O envolvimento de Sarkozy é estratégico para a guerrilha, uma vez que o governo colombiano aperta o cerco e intensifica as operações na selva. Os líderes máximos do grupo acreditam que poderão negociar o asilo político para si e seus familiares em troca da cidadã franco-colombiana. Sarkozy surgiria como uma tábua de salvação para os narcoterroristas que temem a extradição certa para os Estados Unidos. Enquanto isso, os reféns funcionam como um escudo: se houver operação militar de resgate, todos serão fuzilados. Inteligência Em Bogotá, é indisfarçável a irritação do serviço de inteligência do país com o Brasil. Recentemente, num encontro na tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Peru, os colombianos do DAS, ofereceram uma parceria ao Brasil para que a cooperação em matéria de inteligência, sobretudo quanto aos movimentos de guerrilheiros sob a linha de fronteira, fosse intensificado e em Tempo Real, mas a proposta foi recusada. Um agente do DAS trabalharia com os brasileiros e um agente brasileiro, com os colombianos. A decisão que chegou a ser levada ao presidente Lula, foi rejeitada por razões políticas, possivelmente, as mesmas que levaram o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), a conceder o status de refugiado político ao então porta-voz das Farc no Brasil, Camilo Collazos (Olivério Medina), acusado por crimes hediondos na Colômbia. Democracia Cristã versus governos populistas É no mínimo estranho que a Organização Democrática Cristã para as Américas (ODCA), tenha eleito o ex-deputado goiano Vilmar Rocha (DEM), para a vice-presidência organizativa da entidade. Isso foi no final de janeiro em Miami (Estados Unidos). Um dos cérebros da ODCA é o ex-chanceler mexicano Jorge Castañeda. Uma das decisões tomadas em Miami: intensificar a pressão de grupos conservadores e de direita em relação à Cuba e Venezuela, como forma de conter o socialismo nas américas. Para tanto, a ODCA conta com recursos do governo alemão, da CIA e de entidades como a Fundação Konrad Adenauer. Vilmar Rocha foi deputado federal e relator da Lei de Imprensa. Atualmente, é um dos dirigentes da Fundação Tancredo Neves, financiada pelo Democratas. Senado quer audiência pública sobre as Farc O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresentou requerimento na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado, para que a senadora colombiana Piedad Córdoba, seja ouvida em audiência pública sobre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Em Planário, Suplicy sugeriu que o convite seja estendido à ex-senadora Ingrid Betancourt, que completou seis anos de cativeiro no dia 23 de fevereiro.

Nenhum comentário: